Janela Internacional de Cinema exibirá “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles
O Cinema São Luiz será palco da aguardada pré-estreia do novo longa de Walter Salles, Ainda Estou Aqui, estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, durante o XV Janela Internacional de Cinema do Recife. Selecionado como candidato brasileiro ao Oscar, o filme será exibido na programação do festival, que ocorre de 1º a 8 de novembro. A ocasião também celebra a reabertura do icônico cinema de rua na Rua da Aurora, no centro do Recife, após dois anos fechado para uma restauração conduzida pelo Governo de Pernambuco, financiada pela Lei Paulo Gustavo e pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), da Secretaria Estadual de Cultura.
Ainda Estou Aqui já conquistou reconhecimento internacional ao vencer o prêmio de Melhor Roteiro na 81ª edição do Festival de Veneza, assinado por Murilo Hauser e Heitor Lorega. O lançamento oficial do filme está marcado para 7 de novembro, prometendo mais um momento icônico para o cinema brasileiro.
Além da pré-estreia de Ainda Estou Aqui, o festival conta com uma ampla seleção de mais de 100 títulos, entre longas e curtas-metragens, nacionais e internacionais, incluindo a produção Manas, de Marianna Brennand, que abre o festival. A programação reforça a tradição do Cinema São Luiz como epicentro do audiovisual pernambucano, marcando seu retorno com atividades regulares após dois anos.
As exibições do Janela também acontecem no Cinema do Museu, em Casa Forte. No Cinema São Luiz, os ingressos estão disponíveis exclusivamente pelo Sympla; já no Cinema do Museu, as entradas podem ser adquiridas na bilheteria uma hora antes de cada sessão. Os ingressos custam R$ 5,00, e as sessões de curtas são gratuitas. Algumas sessões terão acessibilidade em LSE, Libras e audiodescrição para os filmes Manas, Tijolo por Tijolo, Kasa Branca, Seu Cavalcanti e A Transformação de Canuto.
Durante os oito dias de festival, os mais de 100 filmes serão exibidos em cerca de 55 sessões, divididas em categorias como Clássicos do Janela, Lançamentos Nacionais e Internacionais, Competição de Curtas Nacionais (que retorna com 22 filmes), além de uma homenagem à cineasta pernambucana Kátia Mesel, com exibições e masterclasses sobre sua obra. A programação inclui ainda uma Mostra de Curtas Estrangeiros apresentados no Festival de Cannes, em parceria com a Quinzena dos Cineastas. A sessão especial de encerramento no São Luiz, dia 8, às 22h, contará com os clássicos Revezes (1927), de Chagas Ribeiro, e Retribuição (1925), de Gentil Roiz, acompanhados por uma trilha ao vivo da banda Ave Sangria.
Outros destaques nacionais do circuito de festivais de 2024, como Malu (de Pedro Freire), Apocalipse nos Trópicos (de Petra Costa), Centro Ilusão (de Pedro Diógenes), Baby (de Marcelo Caetano) e Kasa Branca (de Luciano Vidigal), serão exibidos com a presença dos realizadores, seguidos de debates com o público.
A seleção de longas-metragens internacionais inclui obras de consagrados realizadores, como Jia Zhangke (Caught by the Tides), Miguel Gomes (Grand Tour), Mati Diop (Dahomey) e Leos Carax (C’est Pas Moi), e novos nomes, como Hala Elkoussy (East of Noon), Ramon Zürcher (O Pardal na Chaminé), e Payal Kapadia (Tudo o que Imaginamos como Luz). Muitos desses filmes foram aclamados no circuito internacional: Dahomey ganhou o Urso de Ouro em Berlim, Grand Tour venceu Melhor Direção em Cannes e Tudo o que Imaginamos como Luz conquistou o Grande Prêmio do Júri em Cannes.
Oficinas – Na programação formativa, o festival oferece duas oficinas: Janela Crítica, para desenvolver a análise cinematográfica dos participantes, que depois comporão o júri da Competição de Curtas, e Aulas do Janela, que acontecem pela manhã de 4 a 8 de novembro no Cinema São Luiz, abordando temas como roteiro, vinheta e curadoria.
Curadoria – Sob a coordenação de Pedro Azevedo Moreira, programador, crítico e pesquisador, a equipe de curadoria inclui o realizador e curador recifense Felipe André Silva, a artista transmídia Biarritz e o roteirista e diretor Dodô Azevedo. A direção artística é de Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux, com produção de Juliana Soares e Dora Amorim. Questões globais urgentes, como o genocídio em Gaza, colonialidade e memória, permeiam a curadoria deste ano.
“Realizamos uma pesquisa contínua para selecionar filmes que dialoguem com o público recifense”, explica Pedro Azevedo. “Filmes como A Fidai Film, de Kamal Alfajari (Palestina), East of Noon, de Hala Elkoussy (Egito), e Dahomey, de Mati Diop (Senegal/França) abordam temas geopolíticos essenciais para o Sul Global, unindo inovações narrativas que revisitam a história.”
O XV Janela Internacional de Cinema do Recife é realizado pela Cinemascópio, com patrocínio das Leis Paulo Gustavo (Recife e Pernambuco), Copergás e Complexo Industrial Portuário de Suape, e apoio do Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA), Embaixada da França no Brasil, Cinemateca Francesa e Cinémathèque Afrique do Institut Français.
Confira a programação completa do Janela Internacional de Cinema: