Nova edição do Janela Internacional de Cinema do Recife marca a reabertura do São Luiz
A 15ª edição do Festival Janela Internacional de Cinema do Recife será realizada entre os dias 1 e 8 de novembro, com exibições no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Sala Museu), em Casa Forte, e no Cinema São Luiz, no Centro do Recife, que reabre suas portas ao público após um período de reforma com a sessão de abertura do Festival, na sexta-feira, 1º de novembro. A programação deste ano inclui lançamentos nacionais e internacionais, clássicos restaurados, sessões com música ao vivo, o retorno da premiação de curtas-metragens nacionais, além de ações formativas e homenagens.
Durante os oito dias do evento, o Janela exibirá mais de 100 filmes, entre longas e curtas-metragens, distribuídos em cerca de 55 sessões. Os ingressos a preço popular estarão disponíveis em breve para compra pelo Sympla e nas bilheterias dos cinemas antes de cada sessão, sujeito à lotação da sala.
O Festival Janela Internacional de Cinema do Recife é realizado pela Cinemascópio, e este ano tem o patrocínio da Lei Paulo Gustavo Recife (LPG – Recife), da Lei Paulo Gustavo Pernambuco (LPG-PE), da Copergás e do Complexo Industrial Portuário de Suape e o apoio cultural da Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA), Embaixada da França no Brasil, Cinemateca da Embaixada da França e Cinémathèque Afrique do Institut Français.
Nesta edição, a equipe de curadoria é coordenada pelo programador, crítico e pesquisador Pedro Azevedo Moreira, e inclui uma equipe formada pelo realizador e curador recifense Felipe André Silva, a artista transmídia Biarritz, e o roteirista e diretor de cinema carioca Dodô Azevedo. A produção do Festival é de Juliana Soares e Dora Amorim, com direção artística de Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux.
Questões globais urgentes e temas emergentes permeiam o processo curatorial, como arquivo e memória, o genocídio em Gaza, colonialidade, e a ficcionalização da vida cotidiana. Além das escolhas cinematográficas, há uma dimensão afetiva que orientou o trabalho curatorial desta edição. “O São Luiz se consolidou historicamente como a casa mais simbólica do Janela, sendo parte fundamental do festival desde suas primeiras edições, quando começou a refletir sobre a ocupação do Centro do Recife através dos cinemas de rua. Esse reencontro com o São Luiz, após um período de reforma, é um momento de celebração”, afirma o coordenador de programação. “E essa celebração coincide com uma fase especialmente fértil do cinema pernambucano”.
O público terá a oportunidade de assistir a 10 longas-metragens dessa nova “safra” do cinema pernambucano na tela do São Luiz. Alguns dos filmes serão seguidos de debates com diretores e/ou membros das equipes de produção, oferecendo ao público uma experiência de diálogo e pensamento sobre as obras e o contexto em que foram produzidas. Esse contato direto entre realizadores e espectadores reforça o papel do festival como um espaço de troca e formação, valorizando tanto a produção local quanto a participação ativa do público.
A programação completa do Janela será divulgada em breve, mas a lista de Curtas Selecionados já está disponível. Serão 22 produções nacionais de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo que estarão competindo pela premiação. Além disso, o Festival apresentará uma mostra especial dedicada à cineasta pernambucana Kátia Mesel, com exibições de seus curtas-metragens em três sessões, organizadas por fases e formatos (Super 8, 16mm, 35mm e vídeo).
Restaurados – Na Sessão de Clássicos, entre os filmes estrangeiros, estarão alguns títulos já amplamente conhecidos, como Carrie, a Estranha, de Brian De Palma, e Garotos de Programa, de Gus Van Sant, além de outros menos canônicos, como os musicais Golden Eighties, de Chantal Akerman, e Hedwig and the Angry Inch, de John Cameron Mitchell. Entre os brasileiros, serão exibidos títulos marcantes como Iracema – Uma Transa Amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, A Hora e a Vez de Augusto Matraga, e Um é Pouco, Dois é Bom, de Odilon Lopes, todos em DCP a partir de recentes restaurações. Ainda nesse formato, haverá sessões especiais dos pernambucanos quase centenários Revezes (1927), de Chagas Ribeiro, e Retribuição (1925), de Gentil Roiz, acompanhadas por música instrumental ao vivo.