Recife recebe 17ª edição do Festival de Circo do Brasil
Entre 07 e 12 de novembro, a Luni Produções realiza a 17ª edição do Festival de Circo do Brasil. Os espetáculos acontecem nos teatros de Santa Isabel, do Parque, Apolo e Hermilo Borba Filho; além de programação aberta ao público no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), Sesc São Lourenço da Mata e no Alto do Capitão. Serão seis dias com programação para todas as idades, e cerca de 20 atrações com artistas de várias nacionalidades, como Brasil, França, Espanha, Argentina e Uruguai. O evento é ganhador do prêmio Iberescena (Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericanas) através da Funarte (Fundo Nacional das Artes), e conta com apoio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, e tem incentivo do Sistema de Incentivo à Cultura da Prefeitura do Recife e conta com o apoio do Consulat Général de France à Recife.
Com o tema Over Contemporâneo, o festival deste ano aposta em apresentações que unem a técnica circense a outras linguagens artísticas, como o teatro, dança, poesia, música, artes visuais e humor. “Mais do que nunca, por meio das técnicas e manifestos de cada companhia ou artista, versaremos sobre temas atuais, indispensáveis aos novos diálogos e debates contemporâneos. Assuntos sensíveis ao nosso cotidiano, que levarão o público a encontrar além da surpresa e do riso, reflexões necessárias para os novos encaminhamentos da sociedade”, explica a curadora, Danielle Hoover, da Luni Produções, que está à frente do Festival desde a sua primeira edição.
Desde 2004, a produtora e sua equipe atuam na rede de difusão e fomento do circo no País, promovendo anualmente espetáculos, oficinas, workshops, lançamentos de publicações, filmes e exposições na temática circense. “Nosso foco é a formação de plateia, dinamização da cadeia produtiva do circo, e viabilização do intercâmbio entre artistas, estudantes, técnicos, produtores e o grande público”, destaca Danielle.
O início do festival será no dia 07 no Teatro Apolo, às 19h, com o espetáculo Circo Los Pies, da La Luna Cia de Teatro (SP). Na apresentação cômico-circense, a palhaça Asmeline dá vida e apresenta ao público seus dois pés sem conserto: Pezão e Pezinho. Através da atmosfera circense e do realismo fantástico, o espetáculo aborda, de forma lúdica e aprofundada, as temáticas da acessibilidade, inclusão e capacitismo.
A grande abertura festiva, no entanto, será realizada no dia 08, às 19h30, no Teatro do Parque. Uma verdadeira ode à arte, onde a música e circo se divertem juntos, para surpreender a plateia. Quem conduz o espetáculo é a Orquestra de Malabares da Espanha, que se apresentará com uma big band de 27 músicos locais sob a regência do maestro Spok. É a primeira vez do grupo espanhol no Brasil. Já o Teatro de Santa Isabel recebe os espetáculos “Intimidade Cômica – Um Ator de Amor Profundo” (09 e 10), da paulista Cia LaClass Excêntricos, que traz inúmeras técnicas circenses, em um universo onírico e surrealista com boas doses de humor, e “Um Domingo” (11 e 12), dos argentinos do Proyecto Migra, que aposta no jogo cênico performático e sociológico misturando ópera e música urbana com objetos com vida, corpos acrobáticos e contorcidos, projetando potentes emoções.
Entre os vários espetáculos que serão aportados nos teatros Apolo e Hermilo Borba Filho, o festival apresentará o francês “Trait(s)”, inspirado nas obras dos pintores Joan Miró e Vassili Kandinsky, exibe um artista de circo na roda cyr. Ao ritmo do surgimento das formas e cores, sob a ação do aparelho, o movimento circense é escrito e desenhado.
A programação completa pode ser conferida no site oficial do festival, no endereço www.festivaldecircodobrasil.com.br.
Os espetáculos estão com ingressos a preços acessíveis, a partir de R$10, com vendas pela plataforma Sympla – que também contempla toda a programação.
Exposição – Nos espaços ocupados pelo festival, durante todo o período, acontecerá o Cine Circo. A mostra vai funcionar através de fotos e QR codes para exibição de filmes produzidos pelo Festival de Circo Contemporâneo (Fecico) e pelas artistas Natasha Jascalevich e Marina Bombachini. Também haverá o lançamento do filme “Extraordinárias”, documentário resultado da última edição do festival, que aborda a rotina das mulheres circenses. A estreia desse acontecerá no dia 12, quando o Festival vai levar para área externa do Museu do Estado, a partir das 10h, uma programação totalmente gratuita, que contará ainda com espetáculos, números aéreos, feirinha de economia criativa e praça de alimentação.
Oficinas – Paralelamente à programação cultural, acontecem oficinas, workshops e palestras-performances voltados para profissionais e estudantes do circo. A grade formativa acontecerá de 07 a 10 de novembro, no Teatro Hermilo Borba Filho. A acrobata pernambucana Mainá Souza, fará o workshop “Equilíbrios em tecido acrobático”. Ela irá trabalhar as bases de alguns equilíbrios no tecido e possíveis passagens dinâmicas do aparelho.
De 7 a 9, ocorrerá também a oficina “Formação Integral de Circo Contemporâneo (FICiCo)”, do argentino Proyecto Migra – especialista no novo circo como eixo principal de criação, formação, produção e difusão das artes cênicas. O treinamento, que sugere uma formação integral para artistas de circo, vai cruzar a técnica circense com as ferramentas do teatro, da dança e da dramaturgia.
No dia 10, acontece o workshop “Cartografias Criativas”, com a multiartista uruguaia e diretoras-gerentes da Plataforma Clo, Noel Rosas. Trata-se de um curso de pesquisa sobre metodologias de criação cênica voltado para profissionais e artistas emergentes nas áreas do circo, dança, performance e hibridismo na cena. Além disso, terá a aula-performance “Por um Fio”, da paraibana Trupe Arlequin, com o artista Diocélio Barbosa, onde ele narra sobre a criação dramatúrgica do seu solo circense homônimo da aula.